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LOURIVAL CUQUINHA

EXPOSIÇÃO: TROTE VIOLANTE


Lourival Cuquinha é responsável por um dos momentos mais importantes do MEMO, a mostra “Trote Violante”. O trabalho do artista reflete sobre o exercício da liberdade, seja a do indivíduo perante a sociedade, seja a da arte frente às instituições. Atuando no campo político a partir de narrativas subjetivas, sua obra multidisciplinar – que abrange as artes plásticas, o audiovisual e a intervenção – é frequentemente marcada pela interatividade com o público e o meio urbano. As obras politizadas, que criticam a exploração de recursos naturais e o desrespeito aos povos indígenas, compõem a individual do artista recifense Lourival Cuquinha, a exemplo de “Torniquete” (2021), onde o artista usa cinzas das queimadas brasileiras para amplificar a discussão sobre as tragédias ambientais que vivemos nos últimos anos. Já a obra “O caboco 7 flechas x ordem e progresso” (2015), apresenta flechas indígenas de etnias do Xingú, como os Araweté. Nela, as flechas atravessam moedas de 50 centavos de real – cuja lateral é ornada com o lema da bandeira nacional brasileira, “Ordem e Progresso” –, denunciando uma política desenvolvimentista alheia aos pensamentos dos povos tradicionais e à preservação do meio ambiente original. A peça remete a luta dos indígenas que tiveram seu território atingido pela Usina de Belo Monte. Outras obras da série “Transição de fase” (2014-2023), que são frequentemente compostas por cédulas verdadeiras de dinheiro, complementam a exibição. Lourival Cuquinha nasceu em Recife, Pernambuco, em 1975. Multidisciplinar, frequentou diferentes cursos na UFPE (Recife, 1993-2002), porém sem concluir nenhum. Antes de abraçar as artes visuais como autodidata, em meio a tantas aulas de matérias diferentes, aproximou-se das artes junto ao coletivo Molusco Lama, nos idos de 1996 ou 1997, com muitas ações e performances. Ganhou reconhecimento na área artística, bolsas em programas de residência e importantes premiações, no Brasil e no exterior, a exemplo do Prêmio Funarte Conexão Circulação Artes Visuais (2017), Prêmio Marcantônio Vilaça (2012), Prêmio Brasil Contemporâneo - Fundação Bienal de São Paulo (2010), Artis Links - British Council (2009), entre outros. Fez individuais na Central Galeria (São Paulo, 2021); Funarte (Belo Horizonte, 2018); MAMAM (Recife, 2015); MAM Rio (Rio de Janeiro, 2014); PROGR Foundation (Berna, Suíça, 2012); Centro Cultural Correios (Recife, 2012). Entre as coletivas de que participou, estão Histórias Brasileiras, no MASP (São Paulo, 2022); À Nordeste, Sesc 24 de Maio (São Paulo, 2019); Panorama da Arte Brasileira, MAM-SP (São Paulo, 2017 e 2011); Bienal Sur, Centro Cultural Parque de Espanha (Rosário, Argentina, 2017); 5º Prêmio Marcantônio Vilaça, MAC-USP (São Paulo, 2015). Sua obra faz parte de importantes coleções públicas, como a do MAM-SP (São Paulo), a do CCSP (São Paulo) e a do MAR (Rio de Janeiro).


RODA DE MEMÓRIAS


O tema central do encontro é a memória e os entrecruzamentos com a arte. Em situações de conflito, mudanças sociais ou eventos significativos, artistas muitas vezes desempenham o papel de testemunhas e suas obras podem servir como registros que documentam e preservam a memória desses momentos críticos na história. Vamos começar numa roda de conversa no auditório com o artista Lourival Cuquinha e, a partir de suas impressões estritas e pessoais, refletir sobre a memória como fruto de um exercício poético e visual sobre a liberdade. A proposta é percorrer o trabalho do artista, compreender como se iniciam suas reflexões sobre arte e cidade, qual é o lugar da memória, enquanto presença e ausência na fatura dos seus trabalhos. Tendo como material resíduos, restos e ruínas, Cuquinha nos provoca a pensar sobre passado, presente e futuro. Nas rachaduras da cidade, tem as brechas, pois onde há ausência, há possibilidade. O seu fazer arte é estar no presente, atuando politicamente e provocando novos diálogos. A partir desta conversa, que trata de origens e revoltas, vamos dar um giro pela exposição.

@lourival_cuquinha

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