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Sobre

música, exibição e memória

Inédito, o festival MEMO - Música, Exibição e Memória nasce em tempos de reinvenção, promovendo encontros e fomentando a reflexão sobre o fazer artístico a partir de três vertentes: a memória, a pandemia e a tecnologia. O ano de 2020 será lembrado como o período em que a pandemia da Covid-19 precipitou uma ruptura no funcionamento das sociedades contemporâneas. Em um cenário onde as pessoas passaram por situações de perda e se viram limitadas aos seus próprios lares, ficou ainda mais evidente o quão necessária a arte é para o equilíbrio saudável, e a tecnologia foi uma grande aliada. A memória, com a sua imensa capacidade curativa reconectou as pessoas com o mundo.

 

O MEMO acontecerá em um dos mais belos centros culturais do Rio, o Parque Glória Maria e o Teatro Ruth de Souza, no antigo Parque das Ruínas, em Santa Teresa. Inteiramente gratuito, reunirá entre as atividades shows, exposição de artes visuais contemporâneas, rodas de memórias (conversas) e oficinas de investigação de memórias.

 

Foram convidadas algumas das melhores mentes criativas da atualidade para um encontro de histórias estimulantes, ideias inventivas, música emocionante e vitrines de tecnologia, que permitirão ao público e aos próprios participantes repensarem as novas maneiras de enxergar a arte num mundo pós-pandemia. Este projeto da Lume Arte Marketing Cultural recebe o fomento da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa de Fomento à Cultura Carioca – FOCA.

 

“O MEMO trabalhará campos sensíveis como a história, a memória e os afetos. Fala de lugares de memória e também da memória dos lugares e da memória da dor e do encantamento. Abordamos a arte como fonte de inspiração e energia, reforçando sua capacidade de trazer renovação àqueles que a ela recorrem”, explica a idealizadora, curadora e diretora-geral Lu Araújo, atuante profissional de cultura no Brasil, que se dedica à pesquisa, mapeamento e à criação de projetos conceituais de cultura.

SHOWS

Entre as atrações musicais, há shows que celebram grandes nomes da MPB, movimentos artísticos que marcaram a autêntica arte brasileira baseada nas raízes populares, que exaltam a negritude e as raízes ancestrais ou que simplesmente partem de artistas que estão fazendo história neste momento.

 

Andrea Ernest Dias Quarteto, com o show “Uma roda para Moacir Santos”, vai celebrar a trajetória desse músico negro, nascido em Pernambuco, que terminou seus dias como um dos grandes compositores do cinema em Hollywood. Já o duo de violinistas Ana de Oliveira e Sérgio Raz, com participação de Marcos Suzano e Quarteto de Cordas, lançará o novo álbum “Armoriando” (Selo Sesc), que homenageia o cinquentenário do rico Movimento Armorial, liderado pelo escritor, filósofo e dramaturgo Ariano Suassuna. Destaque ainda para Leila Maria, que levará ao palco do MEMO seu elogiado disco “Ubuntu”, um original tributo com releituras da obra de Djavan e arranjos de inspiração africana.

 

A nova geração da música, consciente de que a arte “salvou” as pessoas no momento de isolamento, também marca presença. Chico Chico apresenta seu novo EP com canções como "Espelho” e “Entre Prédios”. Por sua vez, a cantora Priscila Tossan, que participou da sétima edição do programa The Voice Brasil, apresenta o show “A Beleza é Você Menina”, com destaque para a clássica composição de Bebeto e Rubens, originalmente gravada em 1978 e single que a artista lançou recentemente. A DJ, percussionista, produtora musical e pesquisadora de discotecagem Tata Ogan, chega para animar a festa e vai apresentar um setlist especial dedicado à “memória afetiva da música brasileira”.
 

Exposição


Lourival Cuquinha é responsável por um dos momentos mais importantes do MEMO, a mostra “Trote Violante”. Atuando no campo político a partir de narrativas subjetivas, sua obra multidisciplinar – que abrange as artes plásticas, o audiovisual e a intervenção – é frequentemente marcada pela interatividade com o público e o meio urbano. 
 

As obras politizadas, que criticam a exploração de recursos naturais e o desrespeito aos povos indígenas, compõem a individual do artista recifense Lourival Cuquinha, a exemplo de “Torniquete” (2021), onde o artista usa cinzas das queimadas brasileiras para amplificar a discussão sobre as tragédias ambientais que vivemos nos últimos anos. Já a obra “O caboco 7 flechas x ordem e progresso” (2015), apresenta flechas indígenas de etnias do Xingú, como os Araweté. Outras obras da série “Transição de fase” (2014-2023), que são frequentemente compostas por cédulas verdadeiras de dinheiro, complementam a exibição.
 

Rodas de Memórias

 

O MEMO oferece em sua programação uma série de conversas com nomes importantes do pensamento moderno, no encontro “Rodas de Memórias”. O público será convidado a compartilhar sentidos de memória, arte e tecnologia. Entre os convidados estão a filósofa e antropóloga Janaína Damaceno, que conversará sobre “Memórias, Afrovisualidades e futuros possíveis”; o filósofo, mestre em Letras, jornalista, escritor, cineasta Dodô Azevedo, que falará sobre “Memória digital, entre apagamentos, inovações e combates”, além do premiado artista visual Lourival Cuquinha, que versará sobre “Memória e arte, lugar de encontros e confrontos”.
 

Oficinas

 

O MEMO contará ainda com oficinas que visam trabalhar lembranças e vivências. Somos atravessados por histórias desde a nossa concepção. Histórias de nossos pais, de nossos antepassados, do contexto histórico e social, das nossas escolhas. Esses atravessamentos geram memórias que ficam gravadas nos nossos corpos. Nas oficinas, a proposta é promover uma delicada ampliação do diálogo com nossas memórias implícitas e gerar o movimento necessário de transformação e cura.
Em dois dias de encontros e reflexões, o MEMO promete alimentar os lugares de memória, a memória dos lugares e promover experiências coletivas para que cada indivíduo encontre o outro e partilhe a memória comum.

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